Surf e Meditação

Surfar significa remar para a arrebentação, frequentemente ao amanhecer, muitas vezes sozinho, e ficar lá sentado na prancha esperando as ondas. Você olha para o horizonte – e espera... Minutos passam enquanto que peixes, focas, golfinhos e tubarões nadem em baixo das suas pernas. Você inspira, você expira.
Não é surpreendente que haja uma conexão entre o surf e a meditação. Com exceção daqueles dias excepcionais quando estão rolando ALTAS ONDAS, você não tem nada para fazer exceto ficar lá, flutuando no oceano, num estado de relaxamento atento.
Quando comecei a praticar a meditação em 1968, um dos primeiros rituais que eu desenvolvi foi o de ir até a praia antes do nascer do sol e meditar durante 20 minutos, e então entrar na água com a chegada dos primeiros raios do sol para pegar algumas ondas antes de ir até a Universidade para as aulas.
Bem, a partir de 2006, sou novamente um surfista novato, depois de não subir numa prancha durante 20 anos. Tenho ficado continuamente dentro do oceano, nadando longas distâncias e fazendo “bodysurfe”, mas não surfe de prancha. Uau, é DIFÍCIL. Somente agora estou começando a lembrar alguns dos movimentos.

Sobre Zen e o Surfe


Qualquer um que tenha passado algum tempo no oceano, numa prancha de surfe, em busca da melhor onda, já tem uma compreensão básica do princípio do Zen. Na sua aplicação ao Surfe, o estado Zen culmina no próprio ato de deslizar sobre a onda, onde todos os elementos da natureza e os sentidos humanos se fundem numa transformação espontânea da “não-consciência", vivenciada como um momento absoluto além do tempo. O Surfe faz ecoar os ritmos da Natureza: sempre presente, continuamente reacontecendo, nenhuma fração de segundo igual ao outro.

Extraído do livro livro “Zen of Surfing” de Jack Reilly © 2004.
Ver mais sobre a meditação Zen na Internet (em inglês): http://www.do-not-zzz.com/
fonte: http://art.csuci.edu/zensurfing/zen.html

Como passar o resto da vida entubando.


por Gerry Lopez

...Meditar e surfar tem muitas semelhanças nas técnicas, assim como nos resultados. Os sentidos são como tiranos, bombardeando descontroladamente sua mente com novidades até ela parecer um mar revolto. O objetivo da meditação é o de acalmar as ondas de sua mente e controlar seus pensamentos, de forma que você possa aumentar seu poder de concentração. Surfar é uma maneira de focalizar a atenção num nível onde a mente se torna silenciosa e quieta. Durante aqueles momentos de intensa concentração, todas as preocupações ou problemas são esquecidos temporariamente, e somos preenchidos de satisfação e paz de espírito. Esse é exatamente o mesmo resultado que se espera obter pela meditação. A diferença entre concentração e meditação é apenas uma questão de grau. Sua mente está geralmente voltada para pensamentos vagos. Durante a concentração ela ainda se desvia, mas na meditação a mente está por conta própria, mantém-se em uma única frequencia de pensamento. Desenvolver a habilidade de parar as ondas fluidas do pensamento permite-nos um vislumbre do nosso verdadeiro Ser, o real que está sempre feliz, satisfeito e consegue bastante ondas. Os Yogis chamam isso de autoconscientização e nos dizem que está ao alcance de qualquer um que seja efetivamente interessado e dedicado. No Raja Yoga, a sexta e sétima etapa para a iluminação é a concentração e a meditação. A oitava é chamada de Samadhi ou superconscientização, isto é um estado além do tempo e espaço, quando a mente e o corpo são transcendidos e existe total união. Nesse estado, o meditante e o objeto de concentração se tornam uma única coisa. Shaun Tomson certa vez disse em uma entrevista, durante seus dias de glória em Off-the-wall e Backdoor Pipeline, que havia momentos quando ele efetivamente sentia-se como se estivesse controlando a onda.
A princípio pensei que fosse a mais egocêntrica das declarações jamais feitas por um surfista. Num segundo momento contudo, acreditei que Shaun entrou nesse estado de samadhi ou de superconscientização e estava em total harmonia com a onda, que sabia o que iria acontecer antes do tempo real. Depois, de volta a praia, ele podia apenas usar o seu ego para explicar os momentos de total não-ego. É o ego que gera a sensação de separação ou dualidade entre o ser individual e o Absoluto. A realidade é imutável e estática, o mundo que vemos é apenas ilusão porque olhamos para ele sem estarmos iluminados. Portanto, nós apenas vemos o que queremos e não o que realmente está lá para ser visto. Mas, voltando a terra, aqui precisa-se acreditar que estamos nas - ou perto das - sexta e sétima etapas do Raja Yoga, sempre que vamos surfar. Ás vezes, até entramos em Samadhi, mesmo que apenas por breves instantes. Se um dia puxadode surf revelar-se mais cansativo do que qualquer um de nós quisesse ou pudesse imaginar, então por quê nos sentimos tão satisfeitos e gratificados depois? De onde vem a energia para continuar a remar de volta para mais uma onda, após uma longa sessão? Por quê você nunca sente como se já houvesse feito tudo o que podia fazer surfando, independentemente do nível da suahabilidade? Não ficamos com a impressão de que sempre há mais espaço para melhorar? Por quê todas as lições que aprendemos nas ondas, funcionam tão bem - senão melhor - quando estamos fora d'água? Chamo a isso de Realização do Surf e é melhor você acreditar que este é o caminho para uma vida mais longa e melhor. Continue a remar que o resto é fácil...

Que tubo! Slow

Dicas para Inicantes !


Este texto é dedicado aos iniciantes do surfe que muitas vezes, perguntam a si mesmo se é válido começar com um pranchão. Com certeza, essa escolha é a melhor possível. Por ser grande e largo, o longboard tem mais flutuação e, por conseqüência, mais estabilidade para você ficar em pé. Ele vai servir tanto agora, no aprendizado, como no futuro, quando você estiver dominando bem a técnica. Afinal, ele faz as manobras clássicas, como a caminhada pela prancha, além de batidas e rasgadas radicais como as da pranchinha. Tenha tranqüilidade. Quando você menos esperar, já estará descendo umas ondas. Abaixo, você terá mais algumas dicas que o ajudarão a surfar mais rápido.
DICAS
1º: Escolha um dia sem ondas e tente achar o seu ponto de equilíbrio na prancha. Deite nela e dê umas remadas. Coloque o seu peito no longboard, não deixe muito o "bico" para frente, e também não o afunde muito.

Remada Certa, com total equilíbrio da prancha

Remada errada, muito à frente da prancha

Remada errada, muito à atrás da prancha

Importante: sempre reme de pernas fechadas, isso ajuda no direcionamento da prancha. Deslize os braços bem rente a borda como se estivesse nadando. Uma boa remada vai dar uma maior segurança na hora de entrar no mar e nas ondas, pois a velocidade que a prancha adquire com ela é fundamental. Sinta conforto ao remar, se alguma coisa não se ajustar, mude um pouco.

: No mesmo dia, você vai treinar o "drop". Coloque a sua prancha na areia, cuidado com pedras e conchas, para não danifica-la. Deite-se, simule a remada e fique de pé. O pé de trás deve ficar bem próximo ao copinho (onde a cordinha é amarrada), o da frente seguindo a linha do ombro. Lembre-se: nada no surfe é forçado, então, a sua base na prancha deve ser natural. Não se agache muito e nem fique duro igual a um "Robocop", relaxe. A base na parte de trás da prancha serve para facilitar as manobras e dar direcionamento ao longboard.

: Escolha um dia com ondas menores e mais cheias, conheça os seus limites. Antes de entrar no mar, observe-as. Geralmente, elas quebram mais para um lado, esquerda ou direita. Em situação de mar pequeno, você tem três maneiras de furar a onda. Logo na entrada, vêm àquelas espuminhas. Essas, nós passamos com mais facilidade e velocidade. Reme e passe por cima levantando um pouco o peito ( segure nas bordas e levante o peito).
Se a espuma for um pouquinho maior, você pode sentar no long, levantar o bico e, no momento em que a espuma passar embaixo da prancha, você deita nela impulsionando o corpo para frente.
A maneira mais comum é segurar na borda (perto do bico) e virar com a prancha ¨de cabeça para baixo¨.

O bico deve estar apontado em direção a onda. Ganhe velocidade e faça o rolamento completo ou tartaruga, onde você ficará embaixo da sua prancha e ela com as quilhas para cima; a onda passará por cima de vocês, depois você volta a posição de remada novamente . Tudo isso, pode ser treinado num dia sem ondas. Saiba que, existem outras maneiras de furar uma onda, mas por enquanto, estas podem lhe servir.

: Observar a maneira que a onda quebra é muito importante. Saiba o lado que ela está quebrando. Nunca dê as costas para a onda. Mesmo na remada, você tem que estar olhando para a parede da onda, assim, você vai saber se ela vai fechar ou abrir, e ainda, o momento de ficar de pé. Antes de pegar a onda, verifique se não há pessoas na sua frente, e não entre na onda de outras pessoas, pode ser perigoso. Na remada, você já posiciona a prancha para o lado do corte, sutilmente. Mas nunca esqueça de fechar bem a cordinha ou "Leash" !

Depois, sentindo a velocidade... é só ficar de pé e dropar. Sempre olhe a parte crítica da onda e se concentre naquilo que você quer fazer nela.

Alguns segundo nos braços da onda

Alguns segundos na onda que você não quer pegar, mas mesmo assim ela te abraça. Imagens fascinantes.